Projeto de lei de Executivo autorizou a transferência de recursos da educação para compras de máquinas
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22.01.2021 - 19h03min
Representantes do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv), Cpers e do Sindicato dos Professores (Sinpro) de Caxias do Sul realizaram uma vigília em frente à Câmara de Vereadores de Caxias do Sul em apoio aos profissionais de educação.
Na sessão extraordinária realizada nesta quinta-feira (21), por maioria de votos, os vereadores revogaram o projeto de lei que estabelecia desconto de 50% do transporte coletivo para os professores e funcionários de instituições de ensino. Atualmente, 674 pessoas mantinham o cadastro para o benefício e o número representava 1,2% do total de gratuidades.
Os parlamentares também aprovaram a transferência do financiamento com a Caixa Econômica Federal, de 2019, no valor de R$ 17,9 milhões destinado à implantação de sistemas de Proteção, Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) em escolas da rede municipal, construção de prédios novos para duas escolas municipais de Ensino Fundamental e construção de uma Escola Infantil. Com a decisão, o Executivo também pode comprar veículos, máquinas e equipamentos para a Secretaria de Obras.
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A presidente do Sindiserv, Silvana Piroli, criticou a decisão e disse que a população deveria ter sido ouvida.
"Não é dessa forma que se trata de um assunto tão sério como a mobilidade urbana. É preciso melhorar o transporte coletivo, ampliar, qualificar e fazer o fluxo funcionar. Queremos saber quanto dessa decisão impacta no final das contas”, critica.
Silvana entende que a situação das escolas municipais Laurindo Formolo e Atiliano Pinguelo já ultrapassou a barreira do limite aceitável. Ela garantiu a cobrança pela construção de novas escolas e a implantação dos PPCIs recairá sobre o Executivo e por consequência os vereadores que se posicionaram favoráveis à utilização da verba que seria para a educação e que será utilizado para a compra de maquinário.
"A luta para a construção dessas escolas já é de longa data, foram feitos os projetos, a comunidade está com expectativas. A desculpa é que nunca tem recursos para as escolas e quando tem, alegam não haver tempo para execução das obras. Em cinco anos foi feita apenas uma nova escola. Se precisa de máquinas, que se faça o financiamento específico. Está na consciência de quem fez o projeto e votou à favor, saber que os estudantes correm risco por não ter estrutura e proteção em caso de incêndio, por exemplo", afirmou.
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